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Diego González uma dor terrível...

por Moralez, em 21.01.16

Não consegui ficar indiferente ao ler o post da Língua Afiada, sinto-me compelido a comentar/desabafar a respeito das crianças de hoje em dia, se calhar estou errado se calhar não...

 

No meu tempo de criança os nossos pais não nos diziam que éramos os melhores do mundo, que éramos os reizinhos, muito pelo contrário e acho que parte tudo por aí, as crianças hoje em dia não têm direito a ser crianças, são muito protegidas, não podem apanhar um pingo de chuva, não bebem água da mangueira porque tem verdete, não brincam na terra porque podem se sujar, não andam descalços porque podem se constipar e como estes existem muitos outros maus exemplos.

 

Depois existem pais que praticamente impelem os filhos a serem os melhores alunos da escola, têm de saber duas línguas, aprender ballet e/ou karaté e/ou natação, têm de vestir as melhores roupas da moda, têm 200 mil brinquedos sem utilidade e qualidade e não sabem com qual brincar, só sabem brincar em tablets com jogos desenhados para adultos, têm telemóveis melhores que os pais e gabam-se disso, como estes existem um sem fim de outros exemplos.

 

Sei que este caso em concreto foi o bullying que levou o Diego González nas suas malhas, não sabemos se não soube defender-se por ter sido demasiado protegido ou se os autores do bullying seriam tão fortes e manipuladores que o fizeram acreditar que não teria outra saída. A verdade é que nunca saberemos o que sentiu.

 

As piores vítimas desta tragédia são os familiares que terão de viver com a terrível incerteza do que se terá passado e com pensamentos de culpa que assolam sempre as suas mentes nestas situações. Uma dor terrível e sem cura.

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10 comentários

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Hélder Oliveira a 21.01.2016

Eu infelizmente também sofri muito de bullying na escola... Tenho vários textos pessoais sobre isso no meu blog.
Enfim, não há muito mais a dizer!
Uma publicação muito completa.
Um abraço.
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Moralez a 22.01.2016

Lamento Hélder, eu posso dizer que na minha altura de escola também fiz algumas e sofri algumas mas também acho que faz parte do crescimento... Mas creio que nada comparado com o que fizeram a este miúdo...
Uma coisa que a vida me ensinou, é que ainda hoje há muitas formas de bullying com pessoas acima dos 30 anos, no trabalho há sempre uma pessoa vítima de bullying pelos colegas e pelo patrão é o bobo da corte aka saco de “pancada”, no café ainda continuam a gozar com o mesmo de sempre, num jogo de futebol o culpado é o que tem menos habilidade para jogar, as pessoas são muito competitivas e pisam tudo e todos para chegar aos fins e claro que neste caso sofre a pessoa com menos estrutura psicológica que acaba por se deixar vitimizar, e por aí fora, é a sociedade que temos hoje em dia e somos nós que temos de mudar isso, cada um de nós tem um papel activo na sociedade e eu faço uso do meu papel de cidadão muitas vezes e tento contrariar o mais que posso porque acaba por sobrar tudo para o elo mais fraco... Acredita que na maioria das vezes como não vou em “manada” para os onde os outros vão e penso pela minha cabeça, acabam por olhar de lado... Mas eu estou muito bem com a minha posição e ignoro…

Abraço Hélder
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Psicogata a 22.01.2016

Educar alguém deve ser a tarefa mais difícil e importante que alguém pode ter na vida, é uma pena que as pessoas não tenham consciência disso.
Muitos pais nunca deveriam sequer equacionar ter filhos quanto mais educa-los.
Acho que passamos do 8 para o 80 num espaço de 20 anos, os nossos pais intimidavam-nos, ameaçavam que se não estudássemos nunca seriamos alguém, infligiam-nos o medo de perder, responsabilizavam-nos, às vezes até demais, as más notas nunca eram culpa de mais ninguém a não ser nossa, não haviam desculpas esfarrapas, não sonhos e ilusões.
A vida deles era dura e faziam questão de nos alertarem para isso. No meu tempo já haviam alguns miúdos com a vida facilitada, os que viviam melhor, cujos pais tinham recentemente subido o nível de vida, a maioria hoje é frustrada, tanto facilitismo e depois não deram em nada, vivem na sombra dos pais.
Agora é tudo fácil, o dinheiro sai do multibanco, parece que nada custa a ganhar e os pais enchem a boca para dizer que para os meus filhos é tudo do bom e do melhor.
Não sei em que altura se trocou o mimo pelos brinquedos.
Sei que não são todos assim, felizmente ainda existem pais conscientes, com cultura e formação suficientes para dosearem as coisas, para apesar de encherem os filhos de brinquedos lhe explicarem que eles não foram de graça.
Conhecemos bons e maus exemplos é aprender com eles. Dar o nosso melhor e esperar que não haja nenhuma interferência ou influencia suficientemente forte para os desviarem do caminho.
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Moralez a 22.01.2016

Sim Língua concordo plenamente, não será fácil criar um ser humano educado, nutri-lo com o melhor de nós e conseguir colocar de parte o pior de nós para que ele cresça autónomo, independente e que consega pensar pela própria cabeça… estamos em sintonia Língua!
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Psicogata a 22.01.2016

E ainda bem que sim.
Mas teremos sempre medo de falhar, faz parte.
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Moralez a 22.01.2016

Vamos falhar certamente, somos humanos, mas vamos reconhecer que erramos e isso é que é nobre!
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Psicogata a 22.01.2016

Difícil não é errar, é reconhecer que erramos.
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Maria vai com todos a 22.01.2016

Sinceramente, acho que mais do que nada, não estamos preparados para os desafios que os putos de hoje têm de lidar. Não ter mil amigos no Facebook? Uma foto do Instagram com "apenas" 20 Likes? Etc., etc.
E não, não é banal, porque hoje em dia, o "ser aceite", o "estar integrado" passa por estes meios. Não é apenas ser "o mais fixe do bairro", nem "o mais bacana do recreio"!
São novas plataformas e são também novas formas de expressão. A (nossa - adultos) tendência é o paternalismo e o achar secundário. Ou seja, antes não era "nada assim", mas a verdade é que os problemas de fundo são os mesmo. Apenas já não se materializam pelas sapatilhas da moda ou ter um Sega ou andar de bicicleta sem rodinhas.

Não sei o que se passou com essa criança e, mais que tudo, acho incrível a coragem dos pais se exporem e estarem a pressionar para que haja uma investigação. Até porque para a angústia com que estes pais terão com que viver.. não há palavras.
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Moralez a 22.01.2016

Eu entendo o que dizes, mas agora fazem coisas mais graves, porque muita gente esconde-se atrás de um ecrã e teclado e acha que pode dizer o que quer é bem lhe apetece, antigamente não era assim! Entendo e concordo contigo!

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