Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Quando entramos num emprego novo estamos cheios de expetativas, queremos agarrar o nosso lugar, temos ansiedade em trabalhar, em ajudar a empresa a crescer, agarramos os novos projetos com força e vontade, afinal nada como uma nova oportunidade para nos sentirmos motivados.
Se a empresa for nova e fizermos parte dela desde o início esse sentimento duplica, encaramos a empresa desde o primeiro instante como sendo um bocadinho nossa, vestimos e suamos a camisola com orgulho.
Nada melhor do que sentir que o nosso esforço é apreciado e recompensado, a empresa cresce e nós crescemos com ela e cresce o nosso orgulho por ela.
Até que um dia a empresa cresce tanto que passas a ser mais um funcionário, e não interessa que tenhas ensinado e ajudado todos os colaboradores do teu departamento, não interessa que tenhas dado sempre mais do que aquilo que te foi pedido, esquecem-se as horas extras, o trabalho feito em casa, as chamadas a horas impróprias e todos os sacrifícios que fizeste.
Passam a ser muitos e tu és mais um. Mas continuas a fazer o teu trabalho como sempre fizeste, consciente que deverias ter-te mantido fiel ao que já sabias, que por mais que dês nunca é suficiente.
E um dia sem saberes explicar como um desses graxas, essa espécie que deveria ser extinta, aparece na tua empresa e começa a fazer ninho, ao princípio ninguém dá por ele, quando se percebe as suas verdadeiras intenções já todo o terreno está minado.
E do nada, há mau ambiente, há receios, ninguém está seguro num terreno minado.
E descobres que todo o trabalho que fizeste para a empresa não conta para nada, afinal os funcionários parecem descartáveis, sucedem-se uns atrás dos outros.
E lá se vai a paz de espírito, o bom ambiente e o empenho no projeto.
E mais uma vez percebes que não adianta vestir a camisola, não adianta suar pelo amor à camisola, porque os patrões nunca estão satisfeitos e se lhes dás um dedo eles irão querer o braço, e depois o outro braço, as pernas, o tronco e no final a cabeça.
E mesmo que não percebas isso a tempo e lhes chegues a dar a cabeça, não adiantará de nada porque bastará uma crise, cortes financeiros, uma intriga, um desentendimento e a tua cabeça rolará como a dos outros, só que a tua demorará mais tempo a levantar-se, tal será a desilusão, o desencanto e a indignação que sentirás.
Vestir e usar a camisola é para os profissionais de desporto.
Os outros o melhor que têm a fazer é sair a horas, desligar a ficha e suar a camisola em atividades lúdicas...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.